Eles decidiram e eu acatei, como sempre.
normalmente é assim.
Os passos, no entanto, eram todos meus. Hesitei, claro! Mas depois de uns metros até me apressei. Foi vontade, um seíláoquê que nao me deixaria mais ser como era antes, mesmo que eu tentasse, mesmo que me deixassem tentar.
Pulei - e que lindo! Passei por um nada de tudo que vi ao longo da vida, mas agora o tudo não importava e um nada-sabor-morango-fruta me fez pensar em um novo esmalte.
Deixa eu ver. 60kg, vezes dez pelo efeito da gravidade. tá, isso é o peso, mas como fazia a aceleração mesmo? Não que as leis da física ainda me valham, eu devia estar há uns três séculos de segundo com os braços abertos, mergulhando no ar sem cordinha, sem capacete, sem medo e completamente segura de que só rompendo com o chão -que me fazia tão mal! eu poderia ser feliz. Deixa eu ver. einstein deve ter passado por aqui e, bem nesse ponto-que-mais-parece-uma-linha a teoria da relatividade deve ter se feito existir. fora que nem me mandaram fazer tudo isso. era só uma olhadinha, um sentir o vento, mas pular é muuito melhor, eles todos ficaram só aqui dentro e parece que será pra sempre!
mas eis que um grande baque. a piscina estava vazia, e eu aprendi a voar.
"você crê no que diz, mas sejamos serenos,é comum falarmos mais e fazermos menos.A intenção é apenas escrava da memória,Violenta ao nascer, mas transitória;Enquanto fruto verde só nos dá trabalho,E assim que madruga cai o alho.É muito natural que nunca nos lembremos De pagar a nós, o que nós nos devemos;O que a nós na paixão foi por nós prometidoTerminada a paixão perde todo o sentido.O sangue quente da dor e da alegriaJá trazem consigo a hemorragiaOnde a alegria mais canta e a dor mais deplora,Num instante a dor canta e a alegria chora.O mundo não é eterno e tudo tem um prazo,Nossas vontades mudam nas viradas do acaso;Pois essa é uma questão ainda não resolvida:
a vida faz o amor, ou este faz a vida?"
shakespeare
a vida faz o amor, ou este faz a vida?"
shakespeare
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