Das promessas que faço nem falo, não as faço por capricho. Promessa minha é certeza e já existe em mim antes que eu decida se a quero. Das certezas que tenho não envergonho, embora cale. As tenho por momentos e nestes cabem estas [certezas] tão certas que não as possuo como objetos, mas pertenço a elas como se eu não mais fosse que a expressão de sua existência. Calo, porém, porque é meu corpo e minha boca que pagam quando passam-se instantes e já me vejo outra, de novos olhos e desejos. Dos caminhos que sigo não sei bem. Fico tão preocupada em manter o sorriso de sempre no mesmo tom que me é hábito no corpo que habito, escondendo o novo pulsar, que crio caminhos escondidos dentro de mim. Vielas que mais além, por desuso, desaparecem. O mato só cresce onde passa o gentio. Quando a certeza se põe incerta e mudo a trilha que percorro, do que se torna velho resta apenas uma leve marca de passagem, já a chamaram de lembrança. Do que serei quando estiver grande e bem tecida essa colcha de caminhos aqui dentro não dou conta, mas morro de curiosidade, dores e vaidades por esses retalhos que desconheço.
Ps. Muito embora a incerteza me consuma, sorrio de canto, na certeza de que a dúvida passa, como eu.